Traseira de Candango    (texto de José Pires)

 

 

Queria ainda mencionar que os primeiros modelos, ao surgimento do Candango-2, tinham um suporte de estepe com um pino central mais longo,
 porquanto saía de fábrica com a roda virada para fora como as outras quatro. Na série mais adiantada, o pino era mais curto, obrigando o estepe a ser 
montado com o avesso para fora do carro, caso contrário não seria possível parafusar um disco de ferro (do tamanho aproximado de um CD), que mais 
funcionava como se fosse uma mega-arruela, um prendedor para o pneu, que se rosqueava ao longo do pino. Nos mais antigos de pino longo, os mais
 frescos colocavam uma 5a calota, no curto não tinha jeito. 
Mas, tanto o longo quanto o curto, vinham furados em sua extensão, onde se prendia o disco de ferro com um cadeadinho redondo, normalmente pintado 
de azul metálico e aberto por uma chave chatinha, solução até hoje adotada por nossas picapes ultra modernas Nissan e F-250, que levam o estepe na
 caçamba. 
 
Agora, sobre os Jipe DKW e os Candangos, esses me acho apto a responder, pois foi meu primeiro carro da DKW um candango 2 1960 em 1977 em 
Santos, que depois de todo reformado com muita luta tive de vender. Mas não sosseguei enquanto não achei um Candango 4, o mais original possível,
 (levei + ou - 1 ano olhando diversos entre São Paulo e Minas) até que comprei um bem original, mas bem judiado C/4 1961 em 1978 em Minas. 
Conclusão, apanhei um bocado mas aprendi bastante. 
 
Mas vamos ao que interessa: 
 
-- Quanto a lanterna traseira, todos de 1958 ~ 1963 usaram a mesma e única lanterna traseira esquerda, tipo D deitado, como o Helio disse, muito usada 
nos MG e nos LAND ROVER dos anos 50,  que  na Europa com lentes de vidro vermelha e 1 lâmpada simples fraca + 1 lâmpada duplo filamento. 
Aqui foi fabricada pela Bianco Savino, com a metade superior maior arredondada por cima em plástico vermelho c/ apenas 1 lâmpada de 6v/15w p/ freio 
apenas e no pedacinho retangular que sobra da face de traz em âmbar p/ uma merreca de lanterna e em baixo em transparente p/ luz de placa, ao mesmo 
tempo iluminados p/ 1 única lâmpada de 6v/5w. E a direita do bocal do tanque apenas o emblema DKW-VEMAG Brasil, branco e vermelho esmaltado. 
 
Entre todos os modelos nenhum teve pisca-pisca, nem na frente, parece-me Helio, que a obrigatoriedade do pisca veio em 1967, isso quem pode melhor 
dizer é o Roberto Nasser. 
Esse modelo, que foi do Sr. Marinescu é um autentico JIPE DKW Todo terreno 1958, que inclusive veio c/ capota de lona conversível, que estava sempre
 encostada no quintal da casa dele, pois ele mesmo fez uma de compensado naval c/ 4 portas, muito semelhante a tal Carraço que era de aço. 
E outro detalhe importante, esse Jipe tinha ou ainda tem motor 900 cc e carburador duplo Zenith. 
 
-- Quanto ao detalhe das duas luzes de setas na frente, comentado p/ Rafael Linhares, originalmente em todos os Jipes ou Candangos,  existiam as de
 fora como lanterna dianteira e . Mas o Sr. Marinescu colocou + 2 por dentro, como todos faziam na época para ter pisca nas de fora, pois é impossível
 colocar 1 lâmpada dupla naquela canequinha de lanterna. 
 
-- Quanto a 2 suportes p/ bateria todos tiveram, pois o estampo da carroceria veio da Alemanha e  na versão militar era 24v com 2 baterias de 12v em serie
 e aqui apenas 1 de 6v 15 placas colocada na direita. 
 
-- Quanto ao banco dianteiro, de 1958 até meados de 1960 foi individual, com certeza e com alavanca de freio de mão no centro, tanto no C-2 como no C-4
 e banco inteiriço na frente com alavanca de freio a esquerda, de meados de 1960 até o fim para ambos os modelos.  A discordância sobre o tema dos 
bancos sempre existiu, justo porque em meados de 1960 foi lançado o Candango 2. Os bancos traseiros sempre foram individuais em todos, do começo
 ao fim, podendo serem colocados no lugar do dianteiro, pois a caixa de ferramentas sob o banco dianteiro, sempre teve os encaixes p/ ambos os bancos. 
 
-- O que REALMENTE mostra a diferença entre o C 2 e o C 4 nos dias de hoje é o sistema de freios, que no C 4 é duplex e igual em todas as rodas
 (importado ATE), e com freio de mão atuando no cardam, enquanto no C-2 por  sair de fabrica sem cardam e sem diferencial traseiro, POREM COM O 
MESMO CAMBIO C/ REDUZIDA E SAÍDA P/ cardam, os espelhos de freio eram os nacionais de passeio, com 2 cabos de freio de mão atuando nas rodas
 traseiras e do resto era tudo exatamente igual. 
 
De tudo que afirmei aqui, posso ter errado em alguma coisa, pois o Helio também sabe e pode confirmar, que a Vemag tinha muito problema com os 
fornecedores (enfim foi a primeira) e as mudanças nos carros eram meio bagunçadas, as vezes a fabrica montava com o que tinha no momento. 
Abraços a Todos 
José Pires 
DK – DICAS PEÇAS

 

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